Transversos.
Matérias amalgamadas
em luzes,
corres e tessituras
nas artes de Lira e Lori.
Adornos descortinando
véus da vida embrutecida.
Transposições poéticas!
Diêgo Alves
Maria Lira Marques Borges
Mulher de muito fazer
calcorreia trilhas de um sertão
de convívio íntimo
e imaginário
a elevar-se
às aragens cósmicas.
Cúmplice da natureza,
interprete de si mesma,
consagra com as mãos
seres profundos,
- convictos de pertencerem a um Deus -
sublimes,
os acariciamos
com gestos
que se reconhecem
celebração e comunhão
no estardalhaço chão
de texturas ásperas
e cores indeléveis
das terras do Araçuaí.
Lori Figueiró
Eu vou fazendo, fazendo, até qui parece
qui alimpa a minha cabeça.
Eu sinto levinha, levinha... Me dá tontura...
Eu fico oca...
É a cabeça e o coração.
Eu gosto de fazer aquilo qu'eu mesma
contemplo e gosto.
Eu tenho o maior ciúme naquilo qu'eu faço,
eu sei da delicadeza.
Eu gosto de estuciar muita coisa, estuciar
isso, estuciar aquilo,
e o qui dá certo eu gosto de prosseguir.
É a maneira de ver, de sentir...
Parece qui um trem pega na mão da gente
e aí vai sem dificuldade...
É os antepassado da gente...
Maria Lira Marques Borges